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Resumo:O estoque total de crédito no Brasil subiu 0,8% em junho sobre maio, a 3,625 trilhões de reais, resultado guiado principalmente pelo aumento de financiamentos a empresas em meio à operação de programas
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O estoque total de crédito no Brasil subiu 0,8% em junho sobre maio, a 3,625 trilhões de reais, resultado guiado principalmente pelo aumento de financiamentos a empresas em meio à operação de programas mais recentemente voltados para pequenos negócios, divulgou o Banco Central nesta-quarta-feira.
Com isso, o estoque total passou a 50,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
Enquanto entre empresas o crescimento do crédito foi de 1% em junho ante maio, entre famílias a elevação foi de 0,7%.
Na parte do crédito direcionado, em que as taxas de juros são fixadas pelo governo, houve aumento de 1,7% no mês para pessoas jurídicas, num reflexo da concessão de financiamentos em programas como o Pronampe, voltado para micro e pequenas empresas.
Por conta do programa, a linha “outros créditos direcionados” teve alta de 6,8% sobre maio, informou o BC, um acréscimo de 6,2 bilhões de reais. Destes, cerca de 5 bilhões de reais podem ser atribuídos ao Pronampe, informou o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha.
O Pronampe nasceu com orçamento de 15,9 bilhões de reais para garantir até 100% das operações de crédito a negócios de menor porte e, em julho, os bancos já vinham informando que a linha seria exaurida.
Na primeira metade do ano, o crédito às pessoas jurídicas teve elevação de 8,3%, ao passo que entre pessoas físicas a expansão foi bem mais tímida, de 1,2%.
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De maneira geral, a alta do crédito no país foi de 4,2% no primeiro semestre, chegando em 12 meses a 9,8%.
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Para 2020, o BC previu no mês passado uma alta do crédito de 7,6%, acima dos 4,8% vistos antes, numa revisão puxada pela expectativa de mais financiamentos às empresas em função da sua necessidade de caixa diante da queda nas vendas em meio à pandemia de coronavírus.
Em relação ao custo dos financiamentos no país, os juros médios caíram a 27,9% ao ano em junho, contra 29,6% no mês anterior, dado que considera apenas o segmento de recursos livres, no qual as taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras.
O spread, que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, recuou 1,3 ponto no mesmo período, a 23,4 pontos percentuais.
Por sua vez, a inadimplência em recursos livres diminuiu a 3,7%, sobre 4,0% em maio.
SINAIS DE RECUPERAÇÃO
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Rocha, do BC, chamou a atenção para uma reação em junho nos saldos do cartão de crédito à vista para compras feitas por pessoas físicas, com aumento de 3,4%, após retração vista em abril e maio.
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“Houve um crescimento, mas essa é uma recuperação gradual que tem acontecido na economia”, ponderou ele, após destacar que, mesmo com a expansão, o estoque nessa modalidade, agora em 168,7 bilhões de reais, segue longe do patamar visto até março, de 192,1 bilhões de reais.
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